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CPI: 'Ampliação do uso da cloroquina' motivou demissão de Teich
Ex-ministro da Saúde também alegou falta de autonomia e de liderança.

Fotos: Senado Federal
O ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, que ficou 28 dias à frente do pasta, prestou depoimento na CPI da Covid-19 nesta quarta-feira (5), afirmando que deixou o governo por divergências com Bolsonaro sobre medidas para conter a pandemia.
Em seu depoimento na CPI da Covid-19 nesta quarta-feira (5), o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich, declarou que deixou o cargo por conta do desejo do governo de "ampliação do uso da cloroquina" no tratamento da população.
"O pedido específico [de demissão] foi pelo desejo [do governo] de ampliação do uso de cloroquina. Esse era o problema pontual. Mas isso refletia uma falta de autonomia e uma falta de liderança", afirmou o ex-ministro.

Nelson Teich destacou que sua convicção pessoal era baseada em estudos científicos, apontando que não existia evidência da eficácia da cloroquina. De acordo com ele, esta foi a divergência fundamental que minou sua autonomia e liderança para exercer o cargo.
"As razões da minha saída do Ministério são públicas, elas se devem basicamente a constatação de que eu não teria autonomia e liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo. Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação as divergências com o governo quanto à eficácia e extensão do uso do medicamento cloroquina para o tratamento da Covid-19, enquanto minha convicção pessoal, baseada nos estudos, que naquele momento não existia evidência de sua eficácia para liberar", acrescentou.
Fonte: Sputnik News